terça-feira, 22 de maio de 2012

Quem eu não era ou era e não sabia.

Desde que aqui a Maria-Ninguém enfeitiçou o seu querido Zé com um charme incalculável, uma inteligência devastadora e umas mamas assim para o infinitas, as coisas aqui na mente de Maria têm ficado estranhas. Eu sei que cada um carrega, que nem um camelo, uma bagagem (uns mais que outros e eu, definitivamente, mais que ele) e sempre me ensinaram que é preciso respeitar e não julgar a bagagem dos outros. Mas tenho de admitir que não deixa de haver um desejo secreto de revistar a pente fino a bagagem do meu zé que nem uma polícia maluca e desequilibrada e pior, pior que isto, é haver um desejo secreto em que a outra gaja que dormiu anteriormente nesta cama seja assim para o feia, ou burra que nem uma porta ou então com um ar labregueiro. Está-nos no sangue, mulherio.
E não nos ficamos por aqui. Há sempre uma tendência compulsiva de relembrar os defeitos (vá, supostos defeitos) da anterior namoradinha, com um discurso um tanto ou pouco hipócrita de ''ela fazia mesmo isso?!'' - ah, ladies, ah maria-ninguém - que coisa esta das mulheres quererem a todo o custo sentirem-se melhores rebaixando a pobre coitada da anterior. Apesar, apesar que às vezes temos razão e as nossas teorias pseudo-ciumentas até se encaixam. 
Mas ciumes à parte, a relevância está em que aqui a Maria-Ninguém entendeu que não é isso o importante, que passado é passado e por algum motivo as coisas acontecem como acontecem e com quem acontecem. E que o meu Zé era o Zé-de-Alguém, mas agora é o Zé-da-Maria-Ninguém.

Custa entender isto, mas sabe tão melhor depois. E o que sabe ainda melhor é a construção conjunta de uma nova história de amor, sem olhar para trás.

(Atenção: Conste que o Zé-da-Maria-Ninguém não é o Zé-Ninguém aqui da Barraca.)


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