quarta-feira, 30 de maio de 2012

Cá e lá.

Cá e lá, cá e lá! Ando sempre cá e lá (a vida faz destas coisas) e entre os momentos do cá e do lá há uma coisa que chamo de abraços. Posso estar fora meses, duas semanas, uma, até três dias, mas quando volto há sempre a porra do abraço com quem tem de haver e dei por mim a quase não dar por isso, como quem não dá pelas horas passar. O certo é que sabe-me tão bem! É mágico. É mágico quando sentimos o nosso coração ao mesmo tempo que o de alguém a quem damos um abraço. A vocês não sei, mas a mim faz-me de tal maneira bem à saúde, é como se um suspiro de paz entrasse por mim a dentro. Abraçar alguém leva-me a uma dimensão diferente do 'sentir', não sei explicar que dimensão seja essa, mas é, de facto, mágico. Um bom abraço demonstra a facilidade de dar e receber que tanto nós tentamos ignorar nos nossos actos egoístas, demonstra a sensibilidade para o sofrimento que escondemos entre os sorrisos por conveniência e ainda, a nossa disponibilidade para a alegria e ternura que nos passa ao lado entre coisas e coisinhas. Abraçar alguém é como dizer ''Estou aqui, de coração aberto''. O que implica aceitar ser rejeitado, mal interpretado...correr esse risco. É no acto de abraçar que descobrimos o verdadeiro valor da partilha, é no correr o risco que nos despimos completamente para alguém. Para mim, abraçar é um dos maiores actos de intimidade, de respeito por outra pessoa, num abraço eu coloco toda a minha compreensão, atenção, solidariedade, num abraço eu exalto todos os meus sentidos e sentimentos, num abraço eu digo 'eu amo-te da forma que preciso amar'. Claro, que não estou a referir aqueles medíocres abraços sociais, falo de abraços em que duas pessoas se tocam mesmo, por fora e por dentro. Falo de abraços que saem de cá de dentro sem que os travemos. Falo de abraços que se expressam como amor que existe em nós. Falo de abraços que «são como foguetes capazes de fazer despertar moribundos, fazer levantar preguiçosos da cama. São explosões de vida».